Carl Gustav Jung foi mais do que um médico ou um pensador: foi um explorador da alma humana. Nascido a 26 de julho de 1875, em Kesswil, na Suíça, cresceu num lar simples, mas intelectualmente fértil. Filho de Paul Achilles Jung, pastor protestante, e de Emilie Preiswerk, Jung aprendeu cedo a ouvir — os silêncios, os símbolos e os mistérios que habitam o interior de cada ser humano.
Ainda criança, preferia a solidão criativa às brincadeiras ruidosas. Lia, sonhava, interrogava-se. Esses primeiros anos, marcados por intensas experiências interiores, moldaram profundamente o seu modo de compreender o mundo — e deram origem ao olhar único que viria a transformar a psicologia.
Formou-se em medicina na Universidade de Basileia e especializou-se em psiquiatria em Zurique, onde trabalhou com Eugen Bleuler. A colaboração com Sigmund Freud — intensa, mas breve — foi determinante para o desenvolvimento das suas próprias ideias. Da rutura entre os dois nasceu a psicologia analítica, uma abordagem que mergulha nas profundezas do inconsciente coletivo e nos arquétipos que estruturam a experiência humana.
Em 1903 casou-se com Emma Rauschenbach, sua companheira e colaboradora, com quem teve cinco filhos. Ao longo da vida, Jung dedicou-se não apenas à clínica e à investigação, mas também a um diálogo apaixonado com a mitologia, a religião, a alquimia, a filosofia e as tradições espirituais de todo o mundo.
Faleceu a 6 de junho de 1961, aos 85 anos, em Küsnacht — mas o seu legado permanece vivo. Jung ensinou-nos que a psique humana não é uma máquina, mas um vasto universo simbólico, onde cada sonho, cada imagem e cada gesto podem revelar caminhos inesperados de sentido.